quarta-feira, 27 de julho de 2011

Tarot e Magia

 
 
 
 Fonte: Site Caminhos das Sombras
Texto de Naelyan  Wyvern

A maioria das pessoas conhece o Tarot apenas como um oráculo. Mas existem muitos outros usos mágicos para ele. Em um primeiro nível ele é uma ferramenta de autoconhecimento extremamente poderosa. Uma viagem através dos Arcanos Maiores do Tarot pode te revelar coisas sobre você mesmo que você nem sequer imaginava. Por outro lado, o Tarot é uma ferramenta mágica excepcional. Oh, sim, uma ferramenta de fazer Magia.

Antes de tudo é preciso que se diga que o nome Tarot aplica-se apenas um grupo específico de cartas, um baralho com 78 cartas ou arcanos, 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. Isto é o Tarot. Já vi várias pessoas mencionarem coisas como o Tarot Cigano, referindo-se a um baralho de 52 cartas ou menos e isto é incorreto. Neste caso você poderia dizer Baralho Cigano. O Tarot é um grupo muito específico de cartas e apenas este grupo deve receber este nome.

Existem aqueles que acreditam que o Tarot é um repertório muito antigo de conhecimento, preservado em forma de jogo para garantir que este conhecimento não se perderia. Alguns traçam as origens do Tarot até o Antigo Egito. Outros até a lendária Atlântida. O Tarot como o conhecemos tornou-se conhecido no mundo ocidental por volta do início do século XV e desde então tem sido usado para uma enorme variedade de propósitos espirituais, sempre com o mesmo resultado: aproximá-lo de seu conceito de Divino.

Magia é a arte e a ciência de mudar a realidade pela força da vontade. Ou, como eu gosto de dizer, Magia é a arte e a ciência de mudar a si mesmo pela vontade e através disso, mudar a realidade que o cerca. Contrariando o que muitos pensam não há nada de sobrenatural na Magia, muito pelo contrário. A Magia faz parte da Natureza. Ela se origina da própria vida, da energia vital que permeia o Universo. E exatamente por isso, ela é sujeita a regras e leis bem simples. SE você entender as leis que governam a Magia será capaz de entender seu funcionamento e será capaz de saber o que fazer e como fazer para ser bem sucedido.

E como o Tarot pode ser usado para fazer Magia? Vamos começar do jeito mais simples. Qual é a maior dificuldade em se fazer um feitiço, a maior causa de falhas? Concentração e visualização. Em nossa sociedade caótica não somos treinados a manter nossa concentração em uma coisa só por muito tempo.

Nossas mentes são como uma TV com cujo controle remoto uma criança está brincando. Pensamos em uma coisa atrás da outra, a maioria delas sem a menor relação entre si. Talvez por isso nossa capacidade de visualização seja tão fraca. E essas duas habilidades são vitais para que qualquer feitiço seja bem sucedido. Você precisa ser capaz de se concentrar totalmente no resultado desejado e visualizá-lo claramente em sua mente para que um feitiço funcione. E é aí que o Tarot entra. Vejamos como: Apanhe seu baralho de Tarot favorito e separe a carta da Força. Em quase todos os baralhos de Tarot o tema desta carta é o mesmo: Uma pessoa controlando, com relativa facilidade, uma fera maior e mais poderosa. Agora, imagine que você esteja fazendo um feitiço para vencer seus medos. A imagem do Arcano da Força não seria uma visão excelente para se concentrar enquanto faz seu feitiço? E que tal a carta da Estrela como ponto focal para um feitiço para se dar bem em uma entrevista de emprego?

Ou seja, o primeiro e mais simples uso do Tarot como ferramenta mágica é este. Usar um Arcano, normalmente um dos maiores, como ponto focal de seus feitiços para te ajudar a se concentrar e visualizar o resultado. Se você souber o significado de cada Arcano será ainda melhor, pois sua mente já terá as associações daquela imagem com um significado claro e específico. Se você não sabe o significado das cartas, não tem problema, simplesmente escolha uma imagem que te parece certa e pronto.

No caso da Magia Sexual, a maior dificuldade é ser capaz de manter sua mente concentrada em seu feitiço enquanto seu corpo busca o orgasmo. Usando o Tarot é simples: consagre uma carta como símbolo de seu resultado desejado e coloque-a em algum lugar onde você possa vê-la durante o ato sexual. Quando o orgasmo chegar, simplesmente direcione a energia para a carta e seu feitiço estará completo.

Os Arcanos Maiores podem então ser considerados como pontos focais para padrões de energia que você pode direcionar através de sua intenção. As cartas da corte podem representar pessoas ou padrões de comportamento. Você pode, por exemplo, usar a carta do Cavaleiro de Copas como ponto focal em um feitiço de amor que visa atrair para sua vida um homem emotivo e romântico.

E as cartas numeradas? Elas podem te ajudar a marcar um período de tempo para a realização de seu feitiço, determinar o número de eventos, objetos ou pessoas a serem afetados; ou, um uso ainda mais nobre, te dar acesso a diferentes níveis do plano astral.

Uma outra forma de se trabalhar magicamente com o Tarot é fazer o que chamamos de Dançar o Tarot. Neste caso, você vai usar seu corpo como ferramenta de realização do feitiço. As figuras humanas que aparecem nos baralhos de Tarot possuem uma linguagem corporal própria. Essa, talvez, tenha sido uma das razões que te levaram a escolher um determinado baralho. Podemos inferir com isso que as cartas possuem mais do que os significados descritos e podem nos trazer mais informações do que é possível ler nos livros. A posição das figuras pode ter um efeito sobre seu subconsciente e deste modo, sobre sua vida. E como se usa esta técnica?

Escolha uma carta cuja imagem seja de uma pessoa que alcançou o resultado que você deseja para seu feitiço. O Sol, por exemplo, para vencer a depressão; o Carro para assumir o controle de uma situação (Cuidado! O controle que o carro representa é efêmero, não definitivo). Trace seu círculo mágico e no meio do processo de seu feitiço posicione seu corpo de modo a imitar a figura da carta. Traga as emoções expressas pela figura, fazendo aflorar em você os mesmos sentimentos. Repita isso da Lua Nova à Lua Cheia e aguarde o resultado, você vai se surpreender.

Você também pode usar as cartas do Tarot como talismãs. Quando você encontra um baralho de que gosta, forma-se um link entre você e as imagens ali retratadas. Isto, aliado ao significado da carta, seu simbolismo, carregado de energia mágica própria, faz do Tarot sua melhor fonte de talismãs. Você só precisa carregar magicamente uma carta associada a seu objetivo desejado e pronto.

Até mesmo uma leitura de Tarot pode se transformar em uma ferramenta mágica. Faça uma leitura para você ou peça a alguém em quem você confia que o faça. Não faça perguntas do tipo sim ou não. Ao invés disso peça conselhos sobre a melhor forma de lidar com uma dada situação para obter o resultado que você deseja. Usando as cartas que saíram em sua leitura, faça um ritual consagrando-as para que você seja o mais bem sucedido possível na situação. Assim, você usará o próprio poder do Tarot para te ajudar a lidar com a questão. Se o Tarot aconselhar, por exemplo, que você esqueça este objetivo, seu ritual mágico com as cartas da leitura te trarão a força e do desprendimento necessários para tal. Se o conselho for manter sua posição sem se deixar abater, as cartas que te deram esta resposta serão as mesmas que te trarão a coragem e a firmeza necessárias.

E estas são apenas algumas das muitas possibilidades de se usar magicamente o Tarot. Como você pode ver, existe mais em um baralho de Tarot do que simplesmente ver o futuro. O Tarot é, por si mesmo, por sua idade e força própria, uma ferramenta mágica extremamente poderosa só esperando para ser usada. Apanhe então seu baralho favorito e boa viagem.
 

Faz de Conta


"Eu gosto de estrelas.
Creio que é a ilusão de permanência.
Sei que vivem explodindo, esmorecendo e se apagando.

Mas daqui posso fazer de conta...

Posso fazer de conta que as coisas duram.
Que vidas vão além de momentos.

Deuses vêm e vão.
Mortais lampejam, brilham e se desvanecem.

Mundos não duram; estrelas e galáxias são transitórias, coisas passageiras que cintilam como vaga-lumes e se desfazem em frio e pó.

Mas posso fazer de conta"

- Destruição em: Vidas Breves - Neil Gaiman

OS ANCESTRAIS E AS DIFERENTES INTELIGÊNCIAS DO NOSSO CORPO

 


De acordo com os ancestrais de diferentes partes de nosso mundo, nosso corpo sente e pensa. Por exemplo, no caso dos ancestrais das tribos australianas, quando uma pessoa se fere ou adoece, a tribo se reúne ao redor do enfermo e canta pedindo perdão à ferida ou parte afetada. E esta começa automaticamente a dar sinais de melhora e ocorrem curas milagrosas.

O mesmo ocorre nas assombrosas curas dos kahunas ou médicos magos havaianos. Eles entram em oração direta com a parte afetada pedindo-lhe perdão. Esse ato de oração envolve os magos, o paciente e todas as vidas durante as quais eles possam ter se encontrado e se envolvido com essa pessoa. E também ocorrem curas consideradas milagrosas.

No conhecimento ancestral Inca, tudo é reciprocidade, quando alguém adoece ou se enche de energia pesada ou “hucha”, por ter atitudes egoístas, não deixando fluir o “sami” ou energia leve. Por isso nas curas se pede para aquela parte do corpo se harmonizar com ‘pachamama’ permitindo que o bloqueio se reequilibre.E a pessoa se cura.

No caso dos Lakotas, na América do Norte, eles falam com o corpo para informar-lhe que existe uma medicina que vai curá-lo. E logicamente as pessoas se curam.
Como vemos, examinando alguns casos de medicina ancestral, chegamos a uma interessante conclusão: os ancestrais aceitavam as partes de nosso corpo como um ser completamente inteligente e autônomo do cérebro. Isso durante os últimos séculos passou a ser considerado como fraude ou superstição. Mas vejamos agora as descobertas mais recentes da ciência. Você vai ficar estupefata (o).

A sabedoria do corpo é um bom ponto de acesso às dimensões ocultas da vida: é totalmente invisível, mas inegável. Os investigadores médicos começaram a aceitar este fato em meados dos anos oitenta. Anteriormente se considerava que a capacidade da inteligência era exclusiva do cérebro. Então foram descobertos indícios de inteligência no sistema imune e, logo a seguir, no digestivo.

A INTELIGÊNCIA DO SISTEMA IMUNE
A Dra. Bert descobriu (e logo outros cientistas confirmaram), que existem tipos de receptores inteligentes não só nas células cerebrais, mas em todas as células, de todas partes do corpo (chamaram inicialmente de neuropeptídios). Quando começaram a observar as células do sistema imunológico, por exemplo, as que protegem contra o câncer, contra as infecções, etc., encontraram receptores dos mesmos tipos que os do cérebro. Em outras palavras, suas células imunológicas, as que o protegem do câncer e das infecções, estão literalmente vigiando cada um dos seus pensamentos, cada emoção, cada conceito que você emite, cada desejo que tem. Cada pequena célula T e B do sistema imunológico produz as mesmas substâncias químicas produzidas pelo cérebro quando pensa. Isto torna tudo muito interessante, porque agora podemos dizer que as células imunológicas são pensantes. Não são tão elaboradas como as células cerebrais, que podem pensar em português, inglês ou espanhol. Mas sim, elas pensam, sentem, se emocionam, desejam, se alegram, se entristecem, etc. E isto é a causa de enfermidades, de stress,câncer, etc. Quando você se deprime entram em greve e deixam passar os vírus que se instalam em seu corpo.

A INTELIGÊNCIA DO SISTEMA DIGESTIVO.
Há dez anos parecia absurdo falar de inteligência nos intestinos. Sabia-se que o revestimento do trato digestivo possui milhares de terminações nervosas, mas que eram consideradas simples extensões do sistema nervoso, um meio para manter a insossa tarefa de extrair substâncias nutritivas do alimento. Hoje sabemos que, depois de tudo, os intestinos não são tão insossos. Estas células nervosas que se estendem pelo trato digestivo formam um fino sistema que reage a acontecimentos externos: um comentário perturbador no trabalho, um perigo iminente, a morte de um familiar. As reações do estômago são tão confiáveis como os pensamentos do cérebro, e igualmente complicadas.

A INTELIGÊNCIA DO FÍGADO
As células do cólon, fígado e estômago também pensam, só que não com a linguagem verbal do cérebro. O que chamamos “reação visceral” é apenas um indício da complexa inteligência destes milhares de milhões de células. Em uma revolução médica radical, os cientistas acessaram uma dimensão oculta que ninguém suspeitava: as células nos superaram em inteligência durante milhões de anos.

A INTELIGÊNCIA DO CORAÇÃO
Muitos acreditam que a consciência se origina unicamente no cérebro. Recentes investigações científicas sugerem, de fato, que a consciência emerge do cérebro e do corpo atuando juntos. Uma crescente evidência sugere que o coração tem um papel particularmente significativo neste processo. Muito mais que uma simples bomba, como alguma vez se acreditou, o coração é reconhecido atualmente pelos cientistas como um sistema altamente complexo, com seu próprio e funcional “cérebro”. Ou seja, o coração tem um cérebro ou inteligência. Segundo novas investigações no campo da Neurocardiologia, o coração é um órgão sensorial e um sofisticado centro para receber e processar informação. O sistema nervoso dentro do coração (ou o “cérebro do coração”) o habilita a aprender, recordar e tomar decisões funcionais independentemente do córtex cerebral. Além da extensa rede de comunicação nervosa que conecta o coração com o cérebro e com o resto do corpo, o coração transmite informação ao cérebro e ao corpo, interagindo através de um campo elétrico.

E LEIA ISTO…
O coração gera o mais poderoso e mais extenso campo elétrico do corpo. Comparado com o produzido pelo cérebro, o componente elétrico do campo do coração é algo assim como 60 vezes maior em amplitude, e penetra em cada célula do corpo. O componente magnético é aproximadamente 5000 vezes mais forte que o campo magnético do cérebro e pode ser detectado a vários pés de distância do corpo com magnetômetros sensíveis.

RECOMENDAÇÕES:
As investigações do Instituto HeartMath sugerem que respirar com Atitude, é uma ferramenta que ajuda a sincronizar seu coração, mente e corpo para dar-lhe uma coerência psicofisiológica mais poderosa. Ao usar esta técnica regularmente – experimente-a cinco vezes ao dia - você desenvolverá a habilidade para realizar uma mudança de atitude durável. Respirando com Atitude, você coloca o foco em seu coração e no plexo solar, enquanto respira com uma atitude positiva. O coração automaticamente harmonizará a energia entre o coração, a mente e o corpo, incrementando a consciência e a clareza.

A Técnica de Respirar com Atitude

1. Coloque o foco em seu coração enquanto inala. Enquanto exala coloque o foco no plexo solar. O plexo solar se encontra umas quatro polegadas debaixo do coração, justamente debaixo do esterno onde os lados direito e esquerdo da caixa torácica se juntam.
2. Pratique inalar através do coração e exalar através da caixa torácica durante 30 segundos ou mais para ajudar a ancorar sua atenção e sua energia ali. Depois escolha alguma atitude ou pensamento positivo para inalar ou exalar durante esses 30 segundos ou mais. Por exemplo, você pode inalar uma atitude de estima e exalar uma de atenção.
3. Selecione atitudes para respirar que lhe ajudem a compensar as emoções negativas e de desequilíbrio relacionadas com as situações pelas quais você está passando. Respire profundamente com a intenção de dirigir-se ao sentimento relacionado a essa atitude. Por exemplo, você pode inalar uma atitude de equilíbrio e exalar uma atitude de misericórdia, ou pode exalar uma atitude de amor e exalar uma atitude de compaixão.
4. Pratique diferentes combinações de atitudes que você queira desenvolver. Pode dizer em voz alta: “Respiro Sinceridade, Respiro Coragem, Respiro Tranqüilidade, Respiro Gratidão” ou qualquer atitude ou sentimento que você queira ou necessite. Inclusive, se você não sente a mudança de atitude a princípio, mesmo fazendo um esforço genuíno para mudar, ao menos lhe ajudará a alcançar um estado neutro, no qual você terá mais objetividade e poupará energia.

O QUE LHE PARECE? OS ANCESTRAIS TINHAM RAZÃO? O QUE VOCÊ ACHA?
ABRAÇOS
JORGE CARMONA

Traduzido para o português: Eleonôra

Egrégora

 
 
Egrégora é a força gerada por dois ou mais indivíduos unidos por um mesmo ideal. A sua força depende do número, do tempo de existência e do envolvimento de cada um dos seus integrantes. É um verdadeiro ser vivo colectivo. Um veículo de manifestação de ideias, conceitos, de cultura! O seu poder de actuação é infinitamente maior do que o de um ser humano, é menos limitado pelo tempo e pelo espaço. Ser parte de uma egrégora é sentir a força do todo, a todo o momento. É sentir o amparo das mãos que seguramos sempre que preciso for. Não as procuramos, apenas fechamos os olhos e as seguramos. É sentir cá dentro força que vibra na mesma frequência e descobrir que se é mais do que um mero corpo, uma mera emoção, uma simples personalidade que deseja a diferença e a distinção... é o incorporar de uma missão, que transcende a vida pelo todo. Um todo que tantas vezes se magoa, sem perceber que é a si próprio que o faz, e não a outro alguém do lado de fora. Não existe lado de fora. Tudo está do lado de dentro. Todos os grupos fazem parte de um grupo maior, de algo mais abrangente. O individual faz sempre parte de um todo, e os outros todos são um todo maior, apenas muda a perspectiva. Sê consciente, escolhe as TUAS egrégoras!

Aproveita a onda, sente a energia, desfruta da vibração do grupo que tudo faz mover. Semeia as tuas ideias pela egrégora! Com certeza elas fazem parte de um puzzle do qual não possuis todas as peças, mas que podes montar com a ajuda de todos. Não guardes as peças isoladas para ti, elas perdem a beleza porque fazem parte de algo maior. Só quem não vê o todo e não percebe o esplendor da obra é que não se importará que ela esteja incompleta. Alguém que não alcance tão longe, alguém cuja consciência ainda dorme... perdida no tempo.

A figura acima é a representação máxima da criação das coisas visíveis e invesíveis da manifestação e do poder divino de Deus. Não se trata de adoração de imagem. A figura acima é o arquétipo, senão o inventário daquilo que está além do mental concreto; é abstrato e ocultamente manifesta toda inteligência de Deus. Trata-se de um símbolo de proteção pessoal e familiar.

Lenda Cigana

 


"Certa vez, uma moça cigana, observou que todas as pessoas, quando comiam ovos, costumavam quebrar as cascas, e perguntou o motivo deste comportamento e recebeu a seguinte resposta:
- Você deve quebrar a casca em pedacinhos por temor de que as feiticeiras façam com ela um barco, minha querida. Por sobre os mares distantes de casa, tarde da noite, as bruxas rondam.
- Então - disse a moça - não vejo porque as pobres feiticeiras não possam ter seus barcos como todas as outras pessoas.
E, dizendo isso, atirou a casca do ovo que comia bem longe, enquanto gritava: "Chovihani, law tro bero! ("Feiticeira, tome seu bote!") E qual não foi sua surpresa quando viu a casca sendo como que arrebatada pelo vento, indo para bem longe, até tornar-se invisível, enquanto uma voz gritava: "Paraka!" ("Obrigada!")
Algum tempo depois, a cigana estava numa ilha onde permaneceram alguns dias. Quando quis voltar, percebeu que a maré subira, arrastando seu barco para longe. A água continuou a subir, subir, até que ficou fora da água apenas uma pontinha da ilha, exatamente onde a moça se encontrava, e ela pensou que iria morrer. Nesse mesmo instante, viu que um barquinho branco vinha em sua direção; sentada dentro dele estava uma mulher com olhos de feiticeira; remava com uma vassoura e um gato preto estava sentado em seu ombro.
- Pule para dentro! - gritou para a cigana, levando-a de volta para terra firme.
Quando já estava na praia, a mulher disse: - Dê três voltas completas para a direita e, cada vez que completar uma delas, olhe para o barco.
Ela obedeceu, fazendo exatamente o que a mulher mandara e, cada vez que olhava para o barco, ele ficava cada vez menor, até ficar do tamanho de um ovo.
Nesse instante, a mulher cantou: - Esta é a casca que você mandou pra mim. Até mesmo uma feiticeira sabe ser grata.
Quando terminou de falar, ela desapareceu no ar junto com o gato, a vassoura e tudo mais.
E assim termina a história...

SHIVA NATARAJA - O REI DA DANÇA

 Shiva é conhecido em sua principal estátua como “Shiva Nataraja”, o rei dos dançarinos, o rei da dança. Sua dança é uma manifestação física do ritmo cósmico. Shiva Nataraja personifica o movimento do universo. Ele atua no cosmo como se fosse seu teatro, Ele se coloca como ator e publico ao mesmo tempo.
A estátua apresenta Shiva com quatro braços, dançando dentro de um circulo de fogo e pisando sobre um demônio. Esta dança chama-se Tandava. O primeiro braço, com a palma à frente, Ele nos diz: "Não temam a mensagem da transformação que vos trago, pois eu represento a solução dos problemas".
O segundo braço segura um pequeno tambor (damaru) que marca o ritmo da dança, e que significa: "Todo o universo segue um ritmo e a uma ordem cíclica. O tambor representa o som da criação.”
Com o terceiro braço Shiva segura línguas de fogo "É chegada a hora da destruição, completando assim o ciclo da criação”. “No passado, o mundo acabou-se pelas águas de um dilúvio, agora a destruição virá pelo poder do fogo".
As línguas de fogo ao redor do circulo significam: "As bordas da Terra serão queimadas pelo fogo".  Um pé está sobre uma figura animalesca, que representa a natureza inferior e animal do homem, o eu inferior do ego humano.
O quarto braço apresenta o caminho da salvação apontando para o pé levantado, querendo dizer: "O ser humano deve negar as suas más inclinações, as más paixões, os instintos bestiais, oriundos da sua natureza animal inferior e seguir sua natureza superior e espiritual: Os humanos devem abster-se do ódio, dos vícios, dos excessos e buscar atingir o autocontrole”.
Seu pé esquerdo que está levantado do chão e apontando para cima, mostra-nos o caminho da vitória e da salvação. Shiva dança nos campos de batalha, cemitérios e em todos os lugares associados com a morte. Ele retira a luz energia que restam nos campos sangrentos.
Shiva é o grande guru que vem para nos salvar da ignorância, do esquecimento e do ego humano. Ele representa a verdade cósmica e seu amor liberta-nos de tudo que nos separa da unidade com Brahman.
Diga SHIVA OM - SHIVA OM - SHIVA OM.
SHIVA é o poder e OM é a materialização deste poder na terra.
Repita este mantra várias vezes por dia, e principalmente quando estiver perante problemas como desordem, brigas, animais ferozes, ladrões e etc. ou mesmo quando quiser libertar-se de um vício como o do uso de drogas ou perversões de qualquer natureza.
Grite por SHIVA e alegre-se ao ver o seu poder de ordem em ação. É importante que você crie um momentum de poder com Shiva entoando seus mantras e comandos de Luz todos os dias, só assim nas horas de perigo Shiva poderá atendê-lo de imediato.
Shiva deve ser visualizado também quando fazemos o mantra OM NAMAH SHIVAYA, que significa eu me curvo diante de ti Senhor Shiva. Ao entoar este e outros mantras de Shiva visualize-o em torno de você.
Enquanto entoa o mantra curve-se diante de Shiva. Visualize o fogo rubi em torno de Shiva e ao seu redor consumindo toda a imperfeição do seu ser.
Espere pela união com Shiva através de sua devoção, invocações, mantras e visualização. Finalmente veja Shiva sobre você e você dentro dele. Visualize este fogo entrando pelo seu estomago através de seu chakra do Plexo Solar. Como terceira pessoa da trindade hindu, ele destrói o universo ao final de cada era para que este possa ser criado novamente.
Ele vem com o fogo consumidor do amor divino que destrói o ódio, a maldade, os demônios e o ego humano, varrendo a terra do mal, não significando necessariamente a destruição do mundo físico pelo fogo físico, mas sim, a destruição do mal e das trevas pelo fogo sagrado.
Agradecemos a Deus Pai, Filho e Espírito Santo a oportunidade de levarmos todos estes conhecimentos a tantos filhos da luz. Deus salve a nossa Mãe Terrenal !
Om Brahma, Om Vishnu, Om Shakti, Om Shiva !

Eu mesma

 
 
 
Vocês ja tiveram a sensação de estar constantemente em busca de algo que nem mesmo vocês sabem o que é? Sabe que precisa muito, mas o que é???Onde encontrar algo que não tem nome, forma ou tamanho? Não tem endereço, não se vende em loja e nem se encontra jogado pelas ruas. Não dá em vaso, não cresce nos campos e nem é alimentado.

Durante toda a minha vida procurei por algo assim, que não tinha nome, forma, cor... Era apenas algo de que precisava muito, tanto quanto o alimento, a água ou o ar que respiro. Nessa minha busca incessante por esse "algo inominável", percorri vários e longos caminhos. Muitos simples o bastante, outros, bem conturbados...

Sorri, chorei, errei, acertei, tive momentos de pura felicidade e momentos de intensa tristeza. Tive até os dois ao mesmo tempo, a maior felicidade que se pode alcançar andando de mãos dadas com uma profunda dor e tristeza. Porém, esse "algo" não vinha nunca...

Corri atrás de objetivos, de sonhos, de ideais e, cada vez que os alcançava, na esperança de encontrar esse "algo", o vazio ainda estava lá...

Tentei preenchê-lo com comida e alguns quilos a mais, mas vocês ja podem imaginar que esse "algo" me pareceu mais distante ainda... Assumi papéis pré - determinados, tomei atitudes esperadas, mas NADA me levava a esse "algo"...

Onde encontrar? Onde buscar? Qual o preço a pagar???

Depois de muito buscar e meditar, depois de muitos rituais e noites insones, acho que já sei o que procuro. Consegui nomear esse "algo" que me faz tanta falta e que me deixa um vazio que nada preenche... Esse "algo" se chama EU...

Pois é, anos de busca, de vazio, de caminhos errados, de expectativas, descobri que o que busco se encontra bem aqui: Minha ALMA...

Como consegui me abandonar por tanto tempo? Não sei.

Como libertar minha alma presa e esquecida por tantos anos? Ainda não sei muito bem o caminho, sei que ja o encontrei e ja retomei a busca novamente, mas dessa vez, no lugar correto...

Quanto tempo vai demorar? Também não sei, sei apenas que, apesar da pressa que tenho em me conhecer e me encontrar de verdade, o caminho não é fácil, e nem tão pouco simples.

Sem saber ja o venho trilhando à algum tempo e sei que andar por caminhos esquecidos e abandonados dá um certo trabalho, pois além de caminhar deveremos limpá-los, tirar as ervas daninhas que cresceram e tomaram conta.

Apesar do trabalho que terei, estou muito feliz...

Minha busca não terminou, está apenas começando, porém, agora ela tem um nome EU!!!!!!! Muito prazer!!!

A COZINHA DA BRUXA

 
 
 
 
 
Cozinha também é lugar de bruxa. O ato de preparar alimentos funciona como uma verdadeira alquimia.
Os ingredientes utilizados são os mesmos encontrados em qualquer casa: arroz, feijão, condimentos, ervas aromáticas.
A diferença está nos detalhes e no objetivo que se deseja alcançar, ou seja, na magia da mente e dos atos.
Cozinhar em panela de barro atrai abundância financeira e saúde, a de vidro é apropriada para conquistas amorosas e a de ferro favorece os pedidos em geral e qualquer tipo de bruxaria. Nunca use colheres de alumínio, pois pode quebrar o feitiço. O importante é mentalizar o que desejamos enquanto preparamos os alimentos.
E as asas de morcego, rabo de escorpião e patas de urubu? As bruxas não queriam que os conhecimentos da Arte caíssem em mãos erradas por isso colocaram coisas tenebrosas para que as pessoas tivessem nojo ou medo e não usassem esse conhecimento para o mal.

DICIONÁRIO DE COZINHA DA BRUXA:


• Asa de Morcego: Pimenta do reino
• Coração de Boi: Tomate
• Barriga de Sapo: Pepino
· Sangue de Moça Virgem: Vinho tinto
•Rabo de Escorpião: Salsa ou coentro
•Moscas Mortas: Uvas passas
•Olho de Sapo: Azeitona
•Terra de Túmulo: Chocolate
•Elfos Negros: Chá preto
•Ossos Moídos: Farinha de trigo
•Beijo da Sereia: Sal
•Pernas de Aranha: Alecrim
•Penas de Fênix: Louro
•Saliva de Dragão: Vinagre
•Pêlos de Unicórnio: Açúcar
•Lágrimas de Moça: Cebola


O ARMÁRIO DE COZINHA DA BRUXA:

O armário de cozinha guarda uma quantidade surpreendente de ingredientes mágicos, muito temperos e ervas aromáticas que usamos para cozinhar tem associações mágicas. Aqui você encontra alguns temperos e ervas mais comuns e suas associações mágicas:

• Alecrim: Cura, amor.
• Alho: Proteção, purificação.
• Canela: Prosperidade, felicidade no ambiente doméstico.
• Casca de Limão: Diminui a negatividade, cura.
• Cebolinha: Proteção, absorção de más vibrações.
• Cravo-da-Índia: Proteção, para acabar com as fofocas.
• Endro: Segurança.
• Hortelã: Calmante, harmonizador e ajuda a dissolver a raiva.
• Louro: Fortuna, fartura e sorte.
• Manjericão: Dinheiro, sorte.
• Orégano: Traz a beleza e aumenta o poder de sedução.
• Pimenta-malagueta: Poder, sucesso.
• Salsinha: Purificação, proteção.
• Sálvia: Sabedoria.
• Tomilho: Melhora a saúde e aumenta a coragem.

O Tempo das Fogueiras

Após a Igreja Cristã ter sido formada e haver adquirido poder, os costumes dos Pagãos foram vistos como uma ameaça ao sistema religioso recentemente estabelecido, e a adoração aos deuses da Religião Antiga foi banida. Os antigos festivais foram superados pelos novos feriados religiosos da Igreja, e os antigos deuses da Natureza e da Fertilidade, transformados em terríveis e maléficos demônios e diabos. (A Igreja patriarcal chegou até a transformar várias deusas pagãs em diabos masculinos e maus não somente para corromper as deidades da Religião Antiga como, também, para apagar o fato de o aspecto feminino ter sido objeto de adoração) .
 
No ano de 1233, o Papa Gregório IX instituiu o Tribunal Católico Romano conhecido como Inquisição, numa tentativa de terminar com a "heresia. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria e a Antiga Religião dos pagãos constituíam um movimento herético e uma "ameaça hostil" ao Cristianismo. Os bruxos tornaram-se heréticos e a perseguição contra todos os Pagãos espalhou-se como fogo selvagem por toda a Europa. (É interessante notar que, antes de uma pessoa ser considerada herética, ela tem, primeiro, que ser cristã, e os Pagãos nunca foram cristãos.)
Os bruxos (junto com um número incalculável de homens, mulheres e crianças que não eram seguidores da Arte) foram perseguidos, brutalmente torturados, muitas vezes sexualmente violados ou molestados, e, então, executados pelas autoridades sádicas, sedentas de sangue da Igreja, que ensinavam que seu deus era um deus de amor e compaixão.
 

A bruxaria na Inglaterra tornou-se uma ofensa ilegal no ano de 1541 e, em 1604, foi adotada uma lei que decretou pena capital para os bruxos e pagãos. Quarenta anos mais tarde, as 13 colônias na América decretaram também a pena de morte para o "crime" da bruxaria. No final do século XVII, os seguidores que permaneciam leais à Antiga Religião viviam escondidos, e a bruxaria tornou-se uma religião secreta após uma estimativa de um milhão de pessoas ter sido levada à morte na Europa e mais de 30 condenadas em Salem, Massachussetts, em nome do Cristianismo.
Embora os infames julgadores das bruxas de Salem, em 1692, sejam os mais conhecidos e bem documentados da história dos EUA, o primeiro enforcamento de um bruxo na Nova Inglaterra realmente aconteceu em Connecticut, em 1647, 45 anos antes que a histeria contra as bruxas se abatesse na Vila de Salem. Ocorreram outras execuções pré-Salem, em Providence, Rhode Island, em 1662.

O método mais popular de extermínio dos bruxos na Nova Inglaterra era a forca. Na Europa, a fogueira. outros métodos incluíam a prensagem até a morte, o afogamento, a decapitação e o esquartejamento.
Durante 260 anos, após a última execução de um bruxo, os seguidores da Religião Antiga mantiveram suas práticas pagãs ocultas nas sombras do segredo e, somente após as leis contra a bruxaria terem sido finalmente revogadas na Inglaterra, foi que os bruxos e pagãos, em 1951, oficialmente saíram do quarto das vassouras.  

Oração á Mãe

Mãe nossa que estais no céu, na terra e em toda parte,
bendita seja tua beleza e que a tua abundância encha de frutos a árvore da minha vida,
                      torna-me forte e solidária na dor, bela e desprendida no amor.
        Grande Mãe, senhora da vida e da morte,
ajuda-me para que não mais me entregue à aflição, à tristeza e à ansiedade,
nem permita que os desgostos me atormentem ou as coisas desagradáveis da vida me inquietem, afastando cada sombra da minha vida, iluminando todas as minhas estações...
Que eu saiba respeitar os caminhos de todos os seres.
Que o propósito maior guie meus passos
e que a batida do meu coração possa se unir ao toque do coração da terra
e assim possamos pulsar em um só ritmo.
Que as estrelas me guiem nas noites escuras e o sol brilhe intensamente em meu corpo.
Que a Grande Deusa que habita dentro de mim seja meu refúgio,
refresque e alegre meu espírito,
santifique cada palavra e cada ato meu, purifique meu coração,
iluminando minha consciência e meus poderes.
Que me dê o perdão, se por acaso eu falhar
e me torne capaz de perdoar os que falharem comigo e a mim mesma.
Que eu dance nua, sem medo ou vergonha de enfrentar meu próprio reflexo.
Que o teu nome e o teu poder sejam o meu nome e o meu poder,
mas ajuda-me a ser humilde...
a fim de que meu coração se torne pleno de teu amor.
Que eu possa conservar a fé, sempre, e que jamais encontre desculpas para o oportunismo!
Que eu saiba enxergar e retribuir cada gesto de amor
que encontrar nas pessoas da casa, parentes e amigos.
Que a comida servida na mesa de minha família, seja conquistada pelo meu trabalho.
E que eu possa sempre acolher em nossa mesa,
aqueles que querem partilhar conosco o alimento sagrado.
Que a minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza,
da fama e do privilégio, mas que os que não andam descalços,
também encontrem o caminho que chega a minha casa.
Mãe, abençoe meu sexo, tão delicado e sensível ao toque mais suave
e ainda assim entretanto, forte o suficiente para aguentar o milagre da gestação e do parto...
meu útero, tão fértil, tão parecido com minha Deusa,
os meus seios que nutrem minhas crianças e me fazem sentir a plenitude de ser mulher..
Eu sou uma Bruxa.
E o poder da Grande Mãe, que ilumina e protege, está dentro de mim.
Assim sempre foi, assim sempre será,
e que o círculo nunca se rompa.

By Hyllanna

terça-feira, 26 de julho de 2011

Alfabeto Místico e Celestial







A escrita Celestial é o alfabeto hebraico mais antigo.
 Foi usado pelos hebreus antes do período de exílio na Babilónia (sec. VI a.c.).

Tem 22 consonantes e é escrito da direita para a esquerda. Chamam-lhe alfabeto celestial por, diz a tradição, os seus caracteres terem sido vistos entre os astros do céu, pelos antigos sacerdotes hebreus...

Acerca da cabala hebraica, Agrippa escreveu: "There is also amongst them a writing which they call Celestial, because they show it placed and figured amongst the stars, no otherwise than the other astrologers produce images of signs from the lineaments of stars." Não incluiu qualquer ilustração, nem explicou o significado de tal afirmação.

Felizmente Jacopo Gafareli (1601-1681) também conhecido por Jacques Gaffarel, bibliotecário do Cardeal De Richelieu, escreveu um livro, no qual demonstrou com clareza do que Agrippa estava a falar:

- As letras celestiais têm de ser vistas no contexto actual das estrelas fixas, pois para este efeito não se movem, ou pelo menos não significativamente. O seu movimento, umas em relação ás outras é tão lento que, para o que aqui interessa, não é relevante. Cada letra do alfabeto celestial é uma constelação de estrelas, comparável ás constelações do zodiaco.

- Os nomes retirados das das letras celestiais têm influências ocultas das estrelas, o que define a sua forma. Nos tempos antigos, cada uma das estrelas brilhantes fixas, possuiam a sua própria mitologia e significado mágico. Isto era entendido de igual forma na magia persa, sendo que os persas tinham grande renome na astrologia e astronomia. A magia persa associava inumeros significados esotericos ás estrelas.

- No meio gnostico, hermetico e neo-platonista do Egipto, existia a crença de que cada estrela era a casa celestial de umainteligência espiritual, um ser superior que podia interagir co a humanidade, providenciando as orações correctas, oferendas e devoções. Quando as almas dos humanos fossem perfeitas, adquirissem o estado de perfeição, elas ascendiam para tomar o seu lugar de direito nos céus e tornavam-se elas próprias estrelas, transmitindo uma virtude oculta ao lugar que ocupassem.

Agrippa no livro Occult Philosophy deu uma versão (digamos que, “actualizada”) de alfabeto celestial, mas é diferente do acima indicado, cujas letras foram reproduzidas por Gaffarel.

O PODER LUNAR

 O Poder Lunar

A representação do Arcano XVIII, a Lua, a forma oculta da verdade, a outra face do Sol. Dela se cria a ilusão, a magia, o poder oculto e que não se pode ver, fonte de poder feminino assim como representa a força do próprio astro. O poder da lua na mulher é tão grande que identifico grandemente nesta carta toda a força de uma mulher, mas de forma instintiva e por vezes descontrolada, assim como a representação da Papisa, esta sim contida pelos pilares do seu templo.

Dança

"A Dança é, na minha opinião, muito mais do que um exercício, um divertimento, um ornamento, um passatempo social; na verdade, é uma coisa até séria e, sob certo aspecto, mesmo, uma coisa sagrada. Cada era que compreendeu a importância do corpo humano, ou que, pelo menos, teve a noção sensorial de sua estrutura, de seus requisitos, de suas limitações e da combinação de genialidade que lhe são inerentes, cultivou, venerou a Dança." (Paul Valéry)

Sinto...

As vezes sinto que tenho que me afastar dessa loucura que é o mundo
cheio de codigos e cifras
de perguntas com resposta pre reformuladas
preciso voltar a essência....antes do pecado...antes das coisas que fazem todos chorarem....
um mergulho em mim mesma e alem mar...

As Feitiçeiras

Ao longo dos seculos e dos anos nos Feiticeiras somos retirados do seio dos seres elementais para viver entre humanos ,nos elementais de outrora agora humanos trazemos a magia dentro de nos e as capacidades da arte musica dedicação dentre outras as crianças indigo de todo o mundo ja foram fadas elfos guenos duendes dentre outros seres magicos é importante saber que a Divina Mãe de tudo e o Pai da Natureza tem um grande plano para o futuro:o eleminamento do karma mundial e a evolução endividual das(os)filhas(os) da Deusa .estamos passando por um periodo de transições e mudanças e é natural que sintamos medo. mas medo de que? do novo? do diferente?daquilo que sempre esta em transformação!!! nos,nosso mundo muda (lembre-se o mundo tambem é um ser vivo) e é essa a mensagem da Grande mãe a de que tudo muda! ela que melhor do que ninguem conhece a mudança senhora dos ciclos senhora dos ritmos Mãe da mudança com o aparecimento de religioes patriarcais ao longo dos anos desaprendemos a ver a mulher como ela realmente é !!! A Deusa representa o vinculo da mulher com seu divino interior uma parte de si que nem um deus machista poder retirar por isso acho que a deusa esta se redespertando Chega de funções secundarias para o Divino Feminino Antes do Deus so avia a deusa é ela o criou para sua companhia e assim o sentimento de criação foi instalado nela é assim as poucos ela foi criando o universo descobrindo-se sabia e feliz por sua sabedoria Ela que criou o deus sabe como ninguem a origem das coisas senhora eterna da Chama doura e da Chama branca as Chams da criação divina todas as mulheres e homens caregam em si a capacidade de criar de converter trevas em luz e é so acreditar nessa abilidade que uma infita gama de posibilidades se abre a você!!! é so ter Fé Fé é vontade força de criação Um sentimento da Deusa O DESEJO DA MUDANÇA a vontade de evoluir o desejo de ser mais MAS MAIS O QUE? mas tudo!!! vocé nasceu para mais e so querer é a Iluminação da Deusa chegara ate você VOCÊ nasceu para o novo para o diferente e a Deusa lhe dara tudo o que desejar..... basta pedir mas pedir com Fé. O mundo em que vivemos e um mundo de mudança e transformação essa é a grande mensagem da Deusa pra o Seculo XXI!!!!!

O que é DEUSA?

Como "deusa" é caracterizado um tipo complexo de personalidade feminina que reconhecemos intuitivamente em nós, nas mulheres a nossa volta e também nas imagens e ícones que estão em toda a nossa cultura. Segundo a teoria junquiana, as deusas são arquétipos, fontes derradeiras de padrões emocionais que fluem de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamentos, caracterizados e tipificados como puramente "femininos". Tudo que realizamos e gostamos, toda a paixão, desejo e sexualidade, tudo que nos impele à coesão social e à proximidade humana, assim como todos os impulsos, tipo absorver, reproduzir e destruir, são associados ao arquétipo universal feminino. Tais conceitos nos foram deixados como herança pelos gregos e todas as culturas antigas, que percebiam estas energias não como abstrações destituídas de alma, mas sim como forças espiritualmente vitais. Quando tais forças se manifestavam num certo comportamento ou experiência, o denominavam de "compulsão de deuses e deusas".
Quando o amor e a paixão aflorava auxiliado pela convulsão hormonal, os antigos se reportavam a história da bela Afrodite que transtornava o estado de espírito, o sono, os sonhos e a sanidade mental do apaixonado.
Na Grécia, as mulheres percebiam que uma vocação ou profissão as colocava sob o domínio de uma determinada deusa a elas veneravam. No íntimo das mulheres contemporâneas as deusas existem como arquétipos e podem cobrar seus direitos e reivindicar domínio sobre suas súditas. Mesmo sem saber a qual deusa está submissa, a mulher ainda assim deve dar sua submissão a um arquétipo determinado por uma época de sua vida ou por toda a existência. Jung chama o arquétipo das deusas de "Transformadoras", porque tendem a surgir em momentos de mudança em nossa vida, como na adolescência, casamento, morte de um ente querido, modificando totalmente nossos sentimentos, percepções e comportamentos. Uma vez que a mulher se torne consciente das forças que a influenciam, adquire total poder sobre este conhecimento. As deusas embora invisíveis, são poderosas e modelam e influenciam o comportamento e emoções. Quanto mais uma mulher souber sobre suas deusas dominantes, mais centrada ela se tornará, tendo o perfeito domínio sobre seus instintos, habilidades e possibilidades de encontrar um significado especial através das escolhas que fará.
Os padrões de deusa também afetam o relacionamento com os homens. Diga-me qual homem que escolhestes que te direi as deusas que moram dentro de ti. Realmente esta escolha ajuda e elucidar afinidades e dificuldades pelas quais passa a mulher que o escolheu.
Temos que ter em mente que, toda mulher tem dons concedidos pelas deusas, mas ela deve aprender a descobri-los e aceitá-los com gratidão. Mas toda mulher também tem deficiências concedidas pelas deusas que deve reconhecer e superar para que possa trilhar o caminho do auto-conhecimento e realização.
Os homens também são influenciados pelas várias deusas, pois estas certamente espelham as energias femininas na psique masculina, embora, via de regra, os homens vivenciam-nas como exteriores a si próprios, ou seja, através das mulheres pelas quais são atraídos ou pelas quais se sentem fortemente provocados. Descomplicando, os homens vivenciam as deusas projetando-as nas mulheres de sua vida e nas imagens específicas da mídia que lhes causem deleite ou aversão. Uma melhor compreensão sobre as deusas, fará com que este mesmo homem compreenda o porque de sua atração por certas mulheres e o fracasso com outras, permitindo então, que ele comece a fazer as escolhas certas.
Muito embora as culturas guerreiras tenham dominado vasto período do história, o culto à Deusa Mãe sobreviveu e floresceu até a época dos romanos. Esta Grande Deusa era venerada como progenitora e destruidora da vida, responsável pela fertilidade e destrutibilidade da natureza. E, ainda hoje, Ela é percebida como um arquétipo no inconsciente coletivo.
As deusas diferem uma da outra. Cada uma delas têm traços positivos e outros negativos. Seus mitos mostram o que é importante para elas e expressam por metáfora o que uma mulher que se assemelha a elas deve fazer. Todas estão presentes no interior de cada mulher. Quando diversas deusas disputam o domínio sobre a psique de uma mulher, esta precisa decidir que aspecto de si própria expressar e quando expressá-lo.
Infelizmente o triunfo dos tempos modernos tornou-se o triunfo do cristianismo e de um Deus Pai Único e Supremo. Os cultos à Grande Deusa Mãe foi se tornando disperso, suprimido e distorcido. A maioria das civilizações atuais, tornaram-se filhas de uma família divorciada. Agora vivem apenas o Pai e estão proibidas de mencionar o nome da Mãe ou de qualquer lembrança sutil daquelas épocas alegres e amorosas em que se vivia em seus braços e na segurança de seu caloroso colo. Tendo apenas o Pai para nos orientar, nós, a despeito de seu amor, tornamo-nos endurecidos, implacavelmente heróicos e severamente puritanos ao tentar esquecer a segurança perdida e a confiança sensual na terra que outrora a Mãe nos proporcionava.
Nos quatros cantos do mundo, porém mais proeminente nos países ocidentais, estamos testemunhando um discreto redespertar do feminino, uma sublevação profunda no âmago da consciência das mulheres. Muitos homens temem e contestam este processo, outros entretanto sentem-se desafiados e estimulados. Observadores mais radicais denominaram este movimento como o "Retorno da Deusa", porque ele parece sugerir a própria antítese da sociedade patriarcal.
É urgente que compreendamos a natureza e a condição dos arquétipos femininos que estão despontando do inconsciente coletivo da nossa cultura. Os sonhos e as experiências interiores de homens e mulheres, temas tratados por romancistas e pela mídia do mundo inteiro, ressaltam imagens ao mesmo tempo antigas (mitológicas), mas radicalmente novas do feminino que vão chegando à consciência. Estas formas estão fermentando dentro de nós, sendo capazes de transformar os modos mais fundamentais de pensarmos sobre nós mesmos. Essas poderosas forças interiores e as imagens e mudanças que provocam são denominadas "DEUSAS".

Lupercália


A Bruxaria de Shakespeare


 A Bruxaria de Shakespeare

 "A Bruxaria celebra o culto da pálida Hécate e o assassino descarnado, prevenido por sua sentinela, o lobo, cujo uivo lhe serve de alerta, com o passo furtivo e raptor de um Tarquínio, avança em direção de sua vítima, como se fosse um fantasma...Um rosto falso deve esconder o que sabe um falso coração". Shakespeare - Macbeth

O Banquete de Hécate

banquete de hecate
O Banquete
"Num grito...
Hecate chamou os
Filhos da noite
Invocou os velhos espíritos.
Seus longos cabelos negros
Cobrem toda a escarpa e
Apressam o crepúsculo.
Donzelas adormecidas
Sonham pecados luxuriantes
Sobre o verde veludo da floresta.
Guerreiros amaldiçoados
Chegam para apaziguar
Seus desejos pecaminosos
Estrelas caem e céus ardem.
Ela cruza estes céus de chamas.
Todo este ambiente amaldiçoado
É cenário ao rito de procura de mortais.
Nasce a cruz de Deus,
Uma cruz velha e suja
Emerge da terra a cruz com o cadáver:
- Piedade pelos mortais que me adoram!
Bradou a caveira da cruz.
Hecate solta um riso estridente e diz:
- Pois esses serão os convidados do meu banquete!"

Bala de Prata


 

BALA DE PRATA

A universalidade do mito do Lobisomem e sua extensão ao Nordeste brasileiro
Por Felipe Antônio Nicolas Nanni1

RESUMO

O mito do lobisomem atravessa fronteiras e é reconhecido mundialmente, de diversas maneiras. Este artigo tenta mostrar alguns aspectos do mesmo, assim como sua presença em alguns locais do mundo e com referência ao Nordeste brasileiro. Traça-se um perfil de lobisomem e um breve histórico pelo mundo, para analisar conseqüências culturais e o papel que a Igreja Católica pode ter exercido em certos casos. Algumas considerações são feitas ligando o homem à fera e sobre questões psicológicas e científicas. Através de pesquisas em livros, Internet, relatos de terceiros e experiências pessoais, o ponto de vista curioso atua como guia.
Palavras-Chave: Lobisomem, mito, folclore, nordeste, fantástico, licantropia.


1. INTRODUÇÃO

Há, em cada canto do mundo, uma referência (e até reverência) ao mito do homem-lobo, o licantropo. Figura que desperta curiosidade, medo, adoração e serve como tema para filmes, livros, documentários e inclusive exploração turística. Este artigo é uma tentativa de compreender mais a universalidade do mito do Lobisomem e conhecer algo de sua extensão ao Nordeste brasileiro. Para isso é necessário o estudo de diversas origens dessa criatura de existência não comprovada, como tradições da Europa Medieval, crenças de tribos indígenas brasileiras e as supostas causas naturais da licantropia. Não há aqui o desejo de atestar a veracidade dos relatos e mitos e sim de abordar o assunto de um ponto de vista curioso e fascinado em busca de conhecimento mais profundo, mas ainda assim cauteloso, sobre o universo fantástico. O tema surge como meio para conhecer aspectos do homem- criatura e seu histórico.

Por que este é um dos mitos mais difundidos mundialmente e é tão intrínseco ao homem? Há alguma relação entre essa lenda e a igreja católica? É justo classificar a personalidade “lobisomem” como um ícone cultural? Nas diversas caracterizações dessa criatura, é frisada sua força sobre-humana, sua sede de sangue e fúria e seus olhos vermelhos. Seria uma benção, uma maldição, uma possessão, uma doença ou uma forma de propagação de nossos desejos mais selvagens e primitivos? Afinal, eles existem? Essa última pergunta, sendo a mais difícil, não me proponho a responder. Afinal, até o programa “Fantástico”, da Rede Globo, tentou e não conseguiu. Há de, assim, brincar de curioso e entrar de cabeça no universo fantástico.


2. DESENVOLVIMENTO

2.1 A criatura

Faz sentido esclarecer qual o arquétipo de lobisomem estamos trabalhando – a imagem que se forma quando ouvimos essa palavra. Por se tratar de uma lenda e de uma das incertezas desse mundo, existe divergência ao caracterizar a criatura. De maneira geral os lobisomens são representados como uma fusão (não necessariamente equilibrada) física, espiritual e mental entre dois seres: o homem e o lobo. Desta forma é simples visualizar um lobo humanóide, isto é, que anda sobre duas patas. Lobisomens costumam ser descritos como seres repletos de pêlo grosso, em tons de marrom ou grisalho. As garras da mão são grandes, semelhantes a um gancho. As pernas possuem formato arqueado, permitindo maior mobilidade para correr e força para saltar (em algumas versões o lobisomem mantém integralmente a estatura similar a do lobo, apoiado nas quatro patas). O focinho saltado à frente e as orelhas grandes, como no lobo, garantem sentidos aguçados. São conhecidos pela ferocidade extrema, muitas vezes com sinais de raiva (ou hidrofobia), e o consumo de carne.

A capacidade sobre-humana lhes permite movimentos rápidos e fortes, tanto de ataque como de evasão. Acredita-se que o lobisomem, quando ferido, retoma a forma humana, sendo importante a agilidade na fuga para evitar o sofrimento, a vergonha e a perseguição quando em sua forma humana. Assim como há a lenda de que vampiros são eliminados com uma estaca de madeira no peito, o elemento letal para os lobisomens (caso os mesmos existam) é, por tradição, a prata. Infelizmente não foi possível averiguar a razão desta tradição, porém, ao que tudo indica, popularizou-se com o filme “O Lobisomem” (“The Wolf Man”, EUA, 1941).

2.2 Histórico e um breve passeio pelo mundo em quatro patas

É praticamente impossível esgotar o catálogo de possibilidades da genética. Dessa forma, é justo dizer que ainda existem muitas criaturas estranhas a nós. Durante a história da humanidade, várias atrocidades e fatos desconhecidos foram associados a criaturas hediondas, bestas-feras e seres míticos. Uma dessas criaturas, porém, fez-se presente como elemento do imaginário humano durante grande parte da nossa existência. Um ser que, tradicionalmente, traz em si o próprio homem: o lobisomem.

“Na mitologia grega há Lycaon, rei da Arcádia, que foi condenado por Zeus a tornar-se um lobo. [...] Heródoto, no século V a.C, já mencionava sobre os guerreiros dos Bálcãs, que se vestiam com peles de lobo e o tinham como animal totêmico. [...] Os Dácios, um povo autóctone da Romênia, faziam rituais em que incorporavam o ‘espírito do lobo’ para seus jovens guerreiros. Os guerreiros Nórdicos Berserkers eram conhecidos por sua ferocidade, vestiam-se com peles de lobo (ou urso) em vez de armadura. [...]” (BARING-GOULD, 2003, pg.10)

Segundo constata Baring-Gould as histórias de lobisomens (e de homens que se transformam em animais) são conhecidas desde o período antes de Cristo, quando grande parte do mundo vivia isolada, subsistindo da colheita e da pecuária. Sendo assim, é tido como uma personalidade típica do ambiente rural, onde há profusão de animais selvagens, vegetação e superstição, devida também ao pouco esclarecimento científico.

Não é necessário muito esforço para enquadrar uma criatura como homem-lobo, ainda mais sem conhecer certas peculiaridades científicas (as quais falaremos mais adiante) que, apesar de não afirmarem que lobisomens não existem, permitem compreender o que levou certas populações a classificarem certos indivíduos como tal. Há indicações de que tribos de índios norte-americanos faziam rituais para realizar uma transferência da alma humana para o corpo de algum animal, e outras acreditavam na completa mutação de uma forma para a outra. É conhecida a ligação que os índios norte-americanos têm com os lobos.


2.3 Cultura, religião e perpetuação da lenda

Sendo mito, crença, conto, tradição ou história, são todas representações da cultura de um povo. Em maior ou menor escala, esse mito é capaz de definir costumes. Existem crenças que alteram inclusive as relações sociais:

“No Oeste de Fiersland, acredita-se que quando setes meninas nascem em seguida em uma família, entre elas necessariamente existe um lobisomem, de forma que os jovens evitam casar-se com alguém que faça parte de um grupo de sete filhas” (BARING-GOULD, 1889, pg.78).

O lobisomem faz parte, reconhecidamente, do folclore brasileiro. É comum que em cidades do interior do Brasil as portas permaneçam fechadas perto da meia-noite, por medo da criatura. Da mesma forma, esse medo traz consigo a curiosidade e faz com que, nas mesmas cidades, as pessoas se reúnam em torno de uma pessoa mais velha para ouvir as histórias mais aterrorizantes; ou como em Joanópolis, São Paulo, que tem o mito como atrativo turístico. O homem-lobo é inclusive um personagem dos quadrinhos Turma da
Mônica, reconhecida internacionalmente, apesar de nesta série possuir hábitos diferentes

das histórias mais usuais, deixando de lado a selvageria e a violência, mas mantendo viva a lenda. Voltando à Europa: em 1573, no Leste da França, a Corte do Parlamento de Dôle permitiu a caça indiscriminada aos lobisomens, sem possibilidade de avaliação psicológica, identificação ou julgamento do suposto indivíduo-lobisomem. Tal fato é exemplo dos efeitos que o medo pode ter em uma sociedade.

O lobisomem é frequentemente associado ao demônio, figura clássica para representar o mal no cristianismo. Faz sentido o repúdio – as lendas indicam que o licantropo carrega pecados, como a ira. Segundo Priore (2000), no período da Inquisição os “não-mortos” (referindo-se aos vampiros e lobisomens) eram pessoas que cometeram suicídio ou foram excomungadas. Pode-se deduzir que essas alegações da época auxiliaram a Igreja a manter seu “rebanho” da forma que lhes convêm – sob controle e relacionando o
que não lhes interessa ao demônio. Em 1514 realizaram uma avaliação oficial e encontraram 30 mil casos de licantropia espalhados pela Europa (Portugal, França, Sérvia, Bohemia e Hungria). Esses fatos se misturaram ao vampirismo, sendo duvidoso ligá-los aos lobisomens, apenas. Em pesquisa pessoal no ano de 1999 em cidades e povoados do interior da Bahia, como Inhambupe, constatou-se a crença de que, durante a quaresma (Semana Santa), os lobisomens atacam as crianças que não foram batizadas. Durante esse período algumas pessoas que não são batizadas mantêm hábitos mais retraídos. Pode ser uma superstição difundida pela Igreja Católica desde períodos mais remotos da história brasileira, como forma de “incentivo” à conversão.

Em diferentes ambientes e culturas a tradição se perpetua de diferentes formas. No Nordeste brasileiro, essas lendas permanecem vivas, principalmente, pela tradição oral: “causos” remontam noites claras de lua cheia, cavalos agitados, rebanhos mutilados, uivos e caminhadas solitárias pelo mato – normalmente o retorno da missa ou de um dia de pescaria. Na Europa, berço do Iluminismo e região tida como principal raiz do mito, há uma farta produção literária e acadêmica, com inclinação científica, sobre o lobisomem (não que também não existam no Brasil, mas em menor escala). Não há muitos motivos para que uma sociedade urbana vivencie o medo do lobisomem. A cobrança financeira, o avanço científico, a rotina diária e a violência social não deixam espaço para a preocupação com incertezas e o medo de mitos tipicamente rurais. Os principais elementos que levam a ele não estão presentes, sendo difícil encontrar relatos de ataques. Apesar disso, uma das ferramentas que mantém o interesse por essa lenda é o cinema, que tem o homem-lobo como personagem principal de vários filmes, devido ao seu apelo universal.

2.4 Por que o lobisomem fascina o homem

Nas diversas culturas do mundo existem lendas, mitos e histórias que relatam a transformação do homem em algum animal. Exemplos disso não faltam. Na mitologia grega podemos citar os encantos de Circe, deusa da Lua Nova, que transformavam homens em feras. Porém, existe algo de especial que diferencia o lobisomem das outras criaturas e permite que ele permaneça vivo através das lendas pelo mundo todo. Para que isso acontecesse o homem deve ter criado alguma conexão com a fera, seja através do medo, do fascínio ou de ambos. Numa breve análise do lobo, encontram-se algumas características interessantes: representa o espírito guerreiro e mantém vínculos com seu território.

Agressivo no ataque e na defesa, além de bastante inteligente. Possui ainda outra característica similar ao homem: o sentido de grupo, da alcatéia. Os lobos mantêm estrutura familiar. Como traz à tona Marcos Torrigo, na introdução da obra Lobisomem (BARING- GOULD, 2002), “Roma teve uma origem mítica ligada aos gêmeos Rômulo e Remo amamentados por uma loba”. Pode-se considerar também, como fator de ligação entre o homem e o lobisomem, a semelhança entre as formas. Este é comumente retratado como um homem com traços de lobo, e não o contrário. O lobo tem forte ligação com outro elemento – a lua. Segundo lendas ameríndias, ela é o meio de comunicação entre os lobos. A atração por esse satélite ocorre também com o homem, graças a sua beleza e mistério, embriagando-o e deixando-o a mercê dos instintos.

Então questionamo-nos, sem resposta: o que há de tão raro em nós mesmos que transforma-nos em criaturas selvagens a correr pela noite, sedentas por sangue? Pode-se inclusive pensar em cisão de personalidade, distúrbio visto em “O Médico e o Monstro”, que uma pessoa perde o controle de si e comete atos hediondos. Isso leva a crer que ser lobisomem é viver uma maldição, em que o homem luta com seu animal interior e deve esconder seu segredo da sociedade, vivendo a dualidade.

2.5 Ser ou não ser: um lobisomem

A tradição definiu vários processos para que uma pessoa se transforme em um homem-lobo, ou liberte-se desta sina. Diz-se que as pessoas que sucumbiam à tentação e faziam pacto com o diabo para obter dinheiro ou poder tinham seu corpo possuído em noites de lua cheia, quando a fé do cristão teria menos efeito. Na Europa Medieval, em outra crença, acreditava-se ser uma bruxaria, feita com motivos de vingança. As crianças que nasciam em consequência de incesto eram evitadas e às vezes sacrificadas, pois se acreditava que se tornariam lobisomens. Esses atos não soam tão absurdos ao considerar a falta de esclarecimento sobre variações genéticas e distúrbios. Um dos processos mais curiosos é auto-indução, quando a pessoa realiza um ritual para obter os poderes da transmutação ou para algum outro objetivo próprio. Alguns desses rituais serão tratados no tópico seguinte, por causa da forte presença dessas tradições no território brasileiro.

O legado mais utilizado no cinema para escapar dessa sina diz respeito a um lobisomemalpha. Ele transmite, a cada ataque não-letal, a maldição antiga. Suas vítimas tornam-se lobisomens e se quiserem adquirir a liberdade novamente devem matar este
lobisomemalpha. Em algumas lendas wiccas, druidas e xamãs, o uso de medalhões
especiais impede que a transformação ocorra – mas não acaba com a maldição.

2.6 O lobisomem no folclore nordestino brasileiro

A figura do lobisomem foi trazida, possivelmente, no período da colonização. Baning-Gould (2003) afirma que durante essa época a Europa estava cheia de casos de licantropia. Independente disso, as lendas indígenas já continham elementos de transformação. Tem-se a lenda das Iamuricamás, que abriam caminho pela mata com um guia transformado em tatu, e a lenda de Yara, a Rainha das Águas, que após sofrer abusos por homens estranhos [talvez os europeus] ganhou forma de peixe-mulher – a sereia – e passou a se vingar dos homens seduzindo-os e levando-os ao fundo do mar. É provável também que alguns rituais e crenças africanas estejam ligados à união entre homem e animal, contribuindo para a variedade de lendas encontrada em terras brasileiras.

Alguns rituais da crença popular brasileira são bastante simbólicos. Durante a pesquisa no interior da Bahia foi possível conhecer alguns deles. Um ritual consiste em espojar-se numa encruzilhada em que um jumento se espojou, deslizando entre os pêlos do animal. Certos rituais foram transpostos da Europa sem sofrer alterações – banhar-se em banha de porco sob a lua cheia. [O porco possui também misticismo, com histórias de transmutações, mas foge ao tema proposto.] Uma versão dinamarquesa da lenda do lobisomem chegou ao Brasil, e esta diz que se uma mulher, à meia-noite, esticar a membrana que envolve o potro entre quatro gravetos, e se esfregar nela, não sentirá dor ao dar a luz, mas todos os seus filhos serão lobisomens. Em alguns locais do Brasil acredita-se que um lobisomem tem de percorrer sete cemitérios na noite da primeira transformação, caso contrário não poderá mais voltar à sua forma humana. Existe a crença de que, se uma pessoa desvirar do avesso a camisa que um homem usou antes de virar lobisomem, liberta- o quando este se veste. São tantas lendas diferentes sobre a mesma criatura que o lobisomem merece o local de destaque que possui dentro do folclore brasileiro.

2.7 Como a ciência pode explicar o mito do lobisomem

É possível imaginar quais distúrbios naturais levam populações inteiras a acreditarem que algumas pessoas são lobisomens. Ballone fez um apanhado de transtornos bio-psico-sociais que facilitam o entendimento. Segundo o autor:
“Em psiquiatria, a licantropia aparece como uma enfermidade mental com
tendência canibal, onde o doente se imagina estar transformado em lobo e, inclusive, imitando seus grunhidos. Em alguns casos graves esses pacientes se negam a comer outro alimento que não seja carne crua e bem sanguinolenta.” (BALLONE, 2002)

Outras doenças funcionam para confundir ainda mais o imaginário. São elas: a Porfíria Congênita e a Hipertricose. Na primeira os sintomas incluem problemas de pele, sensibilidade à luz e escurecimento dos dentes. Já a segunda leva ao surgimento de pêlos em excesso. A combinação desses elementos faz com que o indivíduo adquira hábitos noturnos, palidez destruição de tecidos e aja como lobo. O incesto pode gerar um filho que traz alguns desses distúrbios, criando a relação citada anteriormente.

“[...] Quando esses pacientes se expõem à luz, suas mãos se convertem em garras e sua face, peluda em sua totalidade, mostra uma boca permanentemente aberta por lesões repetitivas dos lábios. Estando os dentes descobertos, adquirem aparência maior, sugerindo presas. As narinas, pelos mesmos motivos das lesões, se apresentam voltadas mais para cima e como orifícios tétricos e escuros.

Dessa forma teremos o lobisomem tal qual descrito pelo mito do Homem-Lobo. Imaginemos agora, na metade do século XIV, a possibilidade de encontrarmos em meio de una noite escura, esse tipo de paciente que sai de noite para evitar o dano que produz a luz, com a aparência descrita acima.

[...] Não é difícil imaginar a pulsão que algum porfírico deve ter sentido em beber grandes quantidades de sangue e melhorar seus sintomas com isso. [...] As descrições literárias e folclóricas da época (e até hoje) se incumbiram em oferecer um conteúdo cultural suficientemente denso para compor o cenário do delírio licantropo de muitos doentes mentais.” (BALLONE, 2002)


3. CONCLUSÃO

Esse trabalho cobre apenas alguns aspectos do tema, mas o suficiente para que o mito do lobisomem mantenha sua presença ante os leitores. Ainda existem muitas versões não estudadas, oriundas das mais diversas fontes. De fato, o universo fantástico é enorme e esta lenda ultrapassa as barreiras geográficas e temporais: é exemplo dos elementos inexplicáveis e fascinantes do nosso mundo. É como a evolução da ciência permitiu elucidar alguns dos mistérios que cercam esse mito. Porém, mesmo que a existência seja duvidosa, o imaginário humano não tem limites e permite que possamos querer acreditar ou não. Mas afinal de contas, como deve ser encarado o mito do lobisomem: como bênção, maldição, possessão, doença ou reflexo de nossos desejos selvagens? Seja qual for o ponto de vista, em noites de lua cheia, tranque bem a porta.


REFERÊNCIAS

BARING-GOULD, Sabine. Lobisomem – Um Tratado sobre Casos de Licantropia. São Paulo:
__ Ed.Madras, 2003
PRIORE, Mary Del. Esquecidos por Deus: monstros no mundo europeu e ibero-americano
__ (séculos XVI-XVIII). São Paulo: Companhia das Letras, 2000

PHILIPPI, Jeanine Nicolazzi. A natureza da violência: Uma abordagem crítica in.BuscaLegis,
__Internet, disponível em
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Ballone GJ -Licantropia - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em
__ 2001
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http://www.rosanevolpatto.trd.br/lobisomem.htm
http://www.mortesubita.org/monstruario/hall/lobisomem
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http://pipocasetretas.wordpress.com/2008/06/27/vida-longa-ao-lobisomem/
http://www.desvendar.com/especiais/indio/lendas.asp
http://www.holistica.com.br/artigo1/?p=209
http://7razoes.wordpress.com/page/34/
http://www.mortesubita.org/monstruario/hall/textos-lobisomem/lobisomens-documentacao-
nacional/view
Pesquisas realizadas anteriormente por motivos pessoais
Relatos de parentes, amigos e conhecidos